Em cima do piano tem um copo de veneno
Dentro do piano tem um pouco de amor
Do lado do piano a cantora solta o verbo
Embaixo do piano a poeira se ajuntou
Tá tudo lá todas as notas
Só falta alguém para apertar
É percutido o feltro no ferro
É o martelo que não para de bater
A voz e o piano e um pouco de veneno
O plano que não falha e não tarda por soar
As cordas esticadas e a voz que quer sair
Os males que ela espanta todo mundo vai ouvir
Vou correr o mundo a fora
E piano vou levar
Moro lá na roça onde tudo é devagar
Moro lá na roça onde tudo é devagar
O suave e o constante, o duro e o forte vão lutar
Quem afina o instrumento não tem medo de chorar
Quem afina o instrumento não tem medo de apertar